sábado, 31 de dezembro de 2011

o pórtico...


Quedo-me.

À minha frente, no planalto dos dias cheios, secos ou vazios, surge quase do nada e sem lhe reconhecer os porquês, A Árvore.

Contemplo-a, perplexa. Nunca a vi e, no entanto, Sei! 
Reconheço-a, apenas, altiva, firme, acolhedora.

A Árvore que acolhe no seu seio, o pórtico que me dá acesso ao enigma para o qual anseio solução desde os primeiros dias de existência consciente.
No meu íntimo, as palavras mágicas de sentido, surgem automáticas na sua quase exaustão de oração diária…

é só estar atenta
e,
se olhar bem...
- com os tais olhos de ver...
bem longe...
bem fundo...
bem por detrás do óbvio -

encontro por ali,
por aqui,
passagens secretas que me levam
para lá do Tempo...

para lá do quotidiano...
para lá daquilo que sou...

Sei! Simplesmente sei, que encontrei o acesso para a descoberta de mim própria como Pessoa e como Mulher, o código que procurei numa busca voraz e incessante de mim mesma e dos outros. Tão óbvio quanto incompreensível!

A porta permite-me o recomeço…

Entro sem hesitar.
Sinto-me impelida por uma velocidade quase-luz, que rapidamente me empurra para a frente, para o futuro, colocando a História, a minha, no seu devido lugar de memórias e vivências. A impulsão não me permite qualquer vacilação. Não deixo que o pensamento me condicione nas habituais teses em turbilhão de porquês e receios constrangidos. Um impulso que sinto firme, sem medo, sem qualquer agressividade. Serenidade e certeza, apenas.

Num ápice, compreendo que chego a algum lugar que é meu. Meu! Um lugar, ainda desconhecido, mas de pertença.

E, defronte de mim, em todo o seu magnífico potencial de vivências de descoberta, invenção e criação, surge-me intacto ainda o Novo Ano… pronto a ser percorrido com a incerteza de quem dá o primeiro passo na Vida.

Caminho ao seu encontro.
2012 espera por mim!

fotografia (PEDRO CUNHA)
todos os direitos reservados


porque...



há sempre um sítio onde se (re)nasce...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

é o mar que nos chama...


sou mar 
flutua em mim sobre as minhas águas
sou mar
confunde-te em mim e que o meu sal te dilua as dores e mágoas
sou mar 
envolve-te enleia-te tempera-te em mim
sou mar 
perde-te no líquido mergulha deleita-te naufraga enfim



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

à procura de um sonho...


"à procura de um sonho que me sirva de chão..."

 a propósito de Mafalda Veiga e o seu Balançar...










Autoria e Agradecimento

Todos os textos e imagens são de autoria de Ana Souto de Matos.

Todos os direitos estão reservados.

São excepção as fotografias do Feto Real e do Cardo que foram cedidas pelo João Viola e 2 imagens captadas na Net sem identificação de autor.