quinta-feira, 31 de março de 2016

...púrpura...




...afago-te...


cá-dentro!


O inesperado aconteceu.

A estrela voltou a aquecer.





...devaneios de uma borracha na ponta dos dedos...


Às vezes passa-me pela ideia Apagar-me!
Ou melhor, apagar os múltiplos sinais que deixo -de forma sistemática- por aqui e por ali….

Começar pelos pontos mais distantes… as palavras e imagens que semeio em sítios menos óbvios em que não sou História feliz ou infeliz, nem sequer Farol…depois, a página que me faz existir neste mundo de virtualidades, finalmente a própria Maria da Serra Verde…

apagar as palavras, apagar as fotografias, apagar a ideia, apagar os sentires…
apagar o que sempre fui… ou que penso que fui, ou o que sou, essa expressão de coisa nenhuma e que não serve para grandes causas. Sobretudo, que já não me serve devotamente. Uma espiral dentro da espiral de dias, um após o outro, sem sentidos sublimes, intensamente cheios de tantos vazios.

Depois em silêncio transversal reaprender a vida, reaprender-me e
talvez,
talvez e só então voltar a nascer
.
.
.
(em novo desenho.
a tinta)

segunda-feira, 28 de março de 2016

terça-feira, 15 de março de 2016

A queda da Cidadela...ou...

(A queda da Cidadela ...ou... como nasceu a Lenda do Nevoeiro que  -todas as manhãs- envolve e encerra o vale verde…)








Naquele dia cinzento -de chuva miúda e frio agreste- a fortaleza deixou de ser inexpugnável, contrariando a sua própria História de séculos, de embates atrozes e dignidades mantidas na altivez das suas ameias.

Conta e reconta a tradição das palavras do povo que o assalto foi avassalador! Preciso! Atingindo certeiro os pontos nevrálgicos do baluarte.

O invasor, disfarçado de amistosa afeição, desfechou –por dentro, no cerne- o golpe fatal.


(e nem o dragão tremebundo e assustador que, nos dizeres simples das gentes, vivia nas catacumbas da fortificação lançou baforadas de fogo e de medo!! dócil em face àquele que não reconheceu como inimigo)

Perante o embate, despojado de qualquer defesa, o castelo sucumbiu.

Nesse preciso instante -qual desígnio eterno e taciturno- a tristeza opaca e densa do olhar de névoa da Princesa abateu-se sobre as falésias escarpadas da montanha, cobriu as ruínas despojadas, desceu as encostas e povoou -para sempre- o vale, como memória da sua História triste.



...para sempre...

para sempre,
























os dias de chuva me trarão memórias de ti.






quarta-feira, 9 de março de 2016

aquela Palavra!!!

e a palavra que sempre, desde sempre, se insinuou em mim surge nos dias mais estranhos e enraíza-se em contra mão, num jeito mais sinuoso e assustador, daquele jeito em que não vê a luz do sol, em que não cresce ou frutifica, antes procura o obscuro, o tenebroso e aí se enrosca e aperta o cerco.


segunda-feira, 7 de março de 2016

resposta?!...

de que servem a simpatia o olhar brilhante o riso fácil e aberto a vontade a ternura a dedicação o interesse o fulgor o ser o estar o querer de que servem a esperança os baques os ecos os requebros cá dentro de que servem o colorido a poesia o desejo a alegria de que servem as palavras que se escrevem tão lindas tão belas tão intensas tão inúteis de que servem os sentidos o afago a ebulição a lava a cautela o controlo a magia a emoção a intensidade o ardor o esquecimento de que servem a melancolia a alegria o abraço o vazio o tudo o nada a tranquilidade o regato o rio os rápidos a corrente a foz o mar as ondas a submersão o afogamento de que servem a confusão a certeza o torpor o sentimento a interiorização a resposta a tranquilidade o sentido das coisas de que servem a solidão a insegurança a estima a questão a dúvida a certeza o estímulo o significado a imaginação o cansaço a vivacidade o medo de que servem o esquecimento o carinho a doçura a luz o sonho a seiva o cerne o âmago a alma de que serve?

Post Scriptum:
Para não dizer que não serve para nada, atenuo com um não-serve-para-grande-coisa!!!

Autoria e Agradecimento

Todos os textos e imagens são de autoria de Ana Souto de Matos.

Todos os direitos estão reservados.

São excepção as fotografias do Feto Real e do Cardo que foram cedidas pelo João Viola e 2 imagens captadas na Net sem identificação de autor.