sexta-feira, 28 de novembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Diário de Viagem 7... linhas de vida...

Diário de Viagem 6... olho em redor

olho em redor e, às vezes, piscas-me o olho...
e eu,
recordo o teu ar
travesso
de miúdo
desalinhado...

Diário de Viagem 5 ... a passagem secreta...


é só estar atenta
e, se olhar bem
-com os tais olhos de ver, bem longe, bem fundo, bem por detrás do óbvio-
encontro por ali,
por aqui,
passagens secretas que me levam para lá do tempo...
para lá do quotidiano...
para lá daquilo que sou...

interregno... para supremas dúvidas nos meus pacatos dias!

"eu te busco e não te encontro (...)
e tu, sem saberes que, da minha alma, deténs as rédeas!"
Platão

As pessoas têm tempo para tudo!
-menos...
para mostrarem que gostam umas das outras!
e
-muito menos...
para o demonstrarem!

Que necessidade esta
-constante!- de me fazer importante
e de fazer os outros fundamentais?
assim num troca-que-troca de cumplicidades...

Suprema e constante dúvida nos meus pacatos dias!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Diário de Viagem 4... Há poesia nos meus cogumelos...


Mesmo no outro lado do mundo -um oceano de permeio!-
encontro esses seres de floresta encantada,
no meio de humidade e de calor de mata luxuriante... e,
já menos surpreendida,
descubro e capto, uma vez mais, a sua poesia...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Diário de Viagem 2... Mahalo!




Bem-haja a quem inventou...

a folha da lixeira e dos ypês
a cachoeira da Salgadeira...
a Fazenda Curiti e a
Chapada Guimarães...
o forró e a cachoeirinha da Martinha...
o portão do Inferno
a cidade de pedra
e o buriti.
Bem-haja ao criador do pintado e do tuíiuiu
da seriguela, da acerola e do aipim...
do assapeixe e da capivara
do urubu, do caimão e da arara.
Mahalo a quem me fez sentir em "casa de amigo"!


Diário de Viagem 1.... feliz em Cuiabá


não sou ingénua...
sei que é romântico este meu olhar sobre esta cidade...
mas, a verdade é que, neste momento, os cheiros da cidade me confundem...

com variantes desde o fétido até ao adocicado da fruta,

numa intensidade e mescla que me despertam os sentidos....
o próprio calor tem cheiro... um aroma que, de tão quente, me inebria...

Cidade vibrante de gente, de movimentos... em ritmos hábeis, mais sincopados, mais ondulantes, mais sensuais...
Consigo olhar esta cidade com olhos de sentir e de gostar...
Vejo gente igual a mim... que me olha com curiosidade.
olho em redor... e capto as diferenças.
Com naturalidade, assumo a vida da cidade...
O Brasil é paixão...
sinto que seria capaz de viver por aqui, de me assumir parte desta gente, deste povo que vive com dificuldade o dia-a-dia e apesar disso tem sorriso no olhar e bamboleia a anca ao som de qualquer ritmo.
Não sinto medo... será que pressentem isso?
A verdade é que me passeio pelas ruas, achando piada a banalidades, ao amálgama de cabos eléctricos, aos jovens que namoram nas praças, aos cartazes e placas de ruas, às vestimentas coloridas e curtas que deixam à mostra imensidades de corpos suados, às fachadas descascadas, ao trânsito que se move pulsante entre o equilíbrio e o caos, ao engenho de quem vive em permanente carência.
Deambulo por aqui e por ali ao acaso da minha curiosidade...
bebo água num boteco de esquina...
correspondo às estudantes que me lançam o seu pesar "é duro trabalhar com esse calor, não é moça?"...
compro em lojas daquelas que vendem de tudo um pouco, numa parafernália que dificulta o olhar e a escolha.
assumo o gerúndio e inspiro o cheiro como parte da integração...

E, pela primeira vez em muitos meses -mais de um ano?-
consigo afirmar -sentir!-
que estou -sou!- feliz....

Autoria e Agradecimento

Todos os textos e imagens são de autoria de Ana Souto de Matos.

Todos os direitos estão reservados.

São excepção as fotografias do Feto Real e do Cardo que foram cedidas pelo João Viola e 2 imagens captadas na Net sem identificação de autor.