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Há dias que limito o meu sentir à superfície.
sábado, 9 de maio de 2020
Ternura
«Amo-te,
disseste-me, assim!
Sem delongas, sem toque, sem atavios a florear o momento.
Apenas os lábios a proferir a palavra e os olhos a
acariciar-me o rosto.
[Confundi-me? Seriam apenas os olhos a soletrar as letras?]
[Confundi-me? Seriam apenas os olhos a soletrar as letras?]
De permeio todo o espaço imenso das vidas.
O silêncio após forçou o eco das palavras no pensamento.
Diz outra vez,
pedi
[Terei ordenado?].
Amo-te, disseste
[Terás obedecido?].
Enleada com a surdina da palavra, toquei os teus lábios com
a ponta dos meus dedos [Beijando-te?]
E sem tempo...deixei-os aí ficar, transferindo o som
para dentro de mim, como se a vida e o futuro se concentrasse nessa mera
palavra.»
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Autoria e Agradecimento
Todos os textos e imagens são de autoria de Ana Souto de Matos.
Todos os direitos estão reservados.
São excepção as fotografias do Feto Real e do Cardo que foram cedidas pelo João Viola e 2 imagens captadas na Net sem identificação de autor.
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