quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Plenitude!...

O silêncio…
É certo que neste lento pôr-do-sol, o silêncio se ouve com mais força.

Mas não é o silêncio.

A tranquilidade…
Sob a lua rompante, a natureza descansa.
Alguns morcegos esvoaçam por sobre o pátio.
A água corre no tanque, quase imperceptível.
Tudo, na natureza, parece ocupar o seu sítio próprio.

Mas não é a tranquilidade.

A paz…
De repente, dentro e fora de mim, tudo é harmonia.
Neste momento preciso, tudo bate certo. Tudo tem razão.
Mais, nada precisa de ter razão, porque o coração sente a plenitude.

Mas não é a paz.

Não sei o que tem este lugar.
Só sei que é o meu lugar.
Aquele em que tudo faz sentido.
Aquele em que consigo reunir tudo o que há em mim. Sem dramas, sem ansiedades.

Plenitude, talvez seja isso, o que me enche neste velho pátio da casa ancestral dos meus antepassados.

Aqui vivo eu, aqui vivem todos os meus fantasmas, aqui vivem as almas de Santa Marinha.
Talvez um dia me possam trazer para aqui para morrer.
Talvez um dia possam espalhar as minhas cinzas por estes metros que a minha vista alcança. Porque mais do que qualquer outro sítio do mundo, eu pertenço aqui.

As palavras do (meu) Francisco Botelho sentidas por si em 2006, proferidas pelo Joaquim Jorge em sua homenagem no dia 04.02.2008.
Palavras que batem ao compasso do meu coração.

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Autoria e Agradecimento

Todos os textos e imagens são de autoria de Ana Souto de Matos.

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São excepção as fotografias do Feto Real e do Cardo que foram cedidas pelo João Viola e 2 imagens captadas na Net sem identificação de autor.