Para mim é uma perplexidade que simplesmente não compreendo.
Como é possível, alguém morrer num apartamento e o seu corpo apenas ser encontrado dois anos após?
Tinha família, dizem.
Os vizinhos não notaram nada, afirmam.
Como é possível, alguém morrer num apartamento e o seu corpo apenas ser encontrado dois anos após?
Tinha família, dizem.
Os vizinhos não notaram nada, afirmam.
Um homem morreu na completa solidão. Tal, ainda se entende. Pode acontecer a qualquer um não ter com quem compartilhar o seu último acto.
Porém, que ninguém se tenha apercebido que este homem já não existia e que já não fazia parte das suas vidas, é que eu não compreendo. Nem a mulher ou os filhos, nem um amigo, um conhecido que fosse, nem o homem da padaria ou da tabacaria ou porventura o vizinho do rés-do-chão posterior. Ninguém sentiu a falta deste homem.
Como é possível? Que alguém tenha morrido num apartamento de um prédio de 03 ou 04 andares e ninguém, absolutamente ninguém, tenha notado a sua ausência, o seu silêncio.
Um esquecimento tão total, uma indiferença tão absoluta que causa mágoa.
Desculpem, mas esta custa-me mesmo “a engolir”.
E acreditem ou não, chorei por esse homem desconhecido e pela sua solidão atroz.
Vivemos num mundo que qualquer história que imaginação fértil invente, não supera a realidade nua e crua dos quotidianos.
Não conheço a história a que referes. Mas, nesta sociedade "moderna" e "desenvolvida", não me espanta que isso aconteça. É a nossa vidinha de todos os dias que egoisticamente escolhemos e preferimos...
ResponderEliminarConfesso também que passo um pouco ao lado das pessoas.
Já agora, como é que foi descoberto?
Eu diria mesmo que vivemos sozinhos o meio da multidão... Quantas vezes penso nisso... Principalmente quando vou ao cimitério... tantas lápides... tantas vidas ali... quem foram... o que fizeram... como se sentiam... foram felizes?concretizaram os seus maiores sonhos? Simplesmente viveram... E é assim... tantas lutas, tantas brigas... o luxo... a vaidade... a competição... para um dia sermos todos iguais... na verdade temos o nosso nascimento como um acontecimento e uma alegria e a morte... quem é que se lembra de recordar a pessoa... apenas choramos de dor na hora em que nos apercebemos que afinal somos todos iguais...
ResponderEliminarBeijo doce
De alguém que te admira pela pessoa linda que és:)
Maria Sónia
mais uma vez voltas a tocar nos meus sentimentos e a mexer com as minhas atitudes diárias.
ResponderEliminarobrigas-me, e ainda bem, a escrever/falar com os meus amigos! onde eles estão? como estão? o que têm feito? para quando o nosso reencontro?
preciso de lhes falar, de estar com eles, hoje!