sábado, 26 de fevereiro de 2011

tantos rostos e nenhum é o teu!

as tuas mãos escorrem em mim ao som das palavras que não proferes
sinto-as a percorrer cada um dos meus poros, num toque metódico e constante...
as tuas mãos... de quem são as tuas mãos? estas mãos? quem és tu?
que rosto dou às tuas mãos?
tantos rostos são o teu...
(de quem me deseja,
de quem me ama,
de quem não-me-quer-querendo,
de quem apenas me sonha...)

tantos rostos são o teu e nenhum é o teu!



uma tela
deMatos
2010

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

interlúdio...

as tuas mãos, sem rosto

línguas de mar as tuas mãos na areia alva do meu corpo espraiam-se como ondas na praia da minha pele

sussurros...

"(...) recordo os teus lábios a quererem
proferir as palavras que
só os meus ouvidos ouviram (...)"


Fotografia de tela da
Colecção Berardo, CCB, Lisboa

Linha de Vida... (26)

Não sei

estou do lado de
dentro
   
mantendo o nível mínimo de vida
escutando ao limite do inaudível
tentando decifrar a tua respiração
para lá
         da porta que eu não descerro
para lá
         da porta que tu não abres

domingo, 20 de fevereiro de 2011

o sorriso é...

O sorriso é a manifestação de tudo
          o que (me) importa...

O sorriso
          transforma o rosto
põe o avesso do lado de fora
expressa alma, pensamento...

E é sorrindo…
          …que procuramos
E é sorrindo…         
          ...que encontramos!!!

É entre a noite e o dia que acontece a vida...

É entre a noite e o dia que acontece a vida

Entre as sombras das casas e a sombra dos medos
Entre a claridade da lua que alumia as ruas
                   - quanto está cheia, redonda de farta, redonda de sonhos, mas só às vezes…


É entre a noite e o dia que acontece a vida
Entre a luz do sol que desponta
Entre a intensidade que desanuvia a escuridão
Entre a luminosidade que traz cor às coisas, à cidade, às gentes
Entre as silhuetas que forma e nos recorda que
                   mesmo na luz
existem segredos e mistérios e temores


É entre a noite e o dia que acontece a vida
Entre a noite que nos repousa e o dia que nos fatiga
Entre a noite que nos adormece e o dia que nos desponta
O limbo entre a existência e a não-existência
Entre o dormir e o estar acordado
Entre o ser e não ser

Entre a noite e o dia, a opacidade e o brilho.
                    O reflexo do que somos

Entre a noite e o dia o contra-senso, uma sem-razão, um absurdo?
Ou,
            apenas,
certeza fundamental de sermos completos!,
em eterno círculo perfeito, completo, em si!,
            por luz e escuridão?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Autoria e Agradecimento

Todos os textos e imagens são de autoria de Ana Souto de Matos.

Todos os direitos estão reservados.

São excepção as fotografias do Feto Real e do Cardo que foram cedidas pelo João Viola e 2 imagens captadas na Net sem identificação de autor.