lembro
sempre David quando escrevo “por vezes”…
”e por vezes”…
e por vezes gasto-me nos dias…
e por vezes, aflijo-me com razão…
sem razão, por vezes…
e por vezes, não sei que pensar ou
sentir…
ou dizer…
ou apenas o que fazer…
e fico, assim! quieta no tempo
estagnada na ideia
em hibernação quase consentida
ou induzida, talvez!
porque, por vezes há dias que não
compreendo
os dias (ou a mim)
eu (ou os dias)
sem qualquer sentido apurado,
acertado
ou apenas alinhado…
o coração não vibra com o habitual,
o pensamento não se deslumbra com a
simplicidade…
o pardal não alegra…
o sol não brilha por dentro…
a flor não tem viço...
o sorriso perde vigor…
a palavra, letras e conteúdo…
por vezes, não compreendo significâncias…
e, não sei sequer, se isso é triste…
não sei bem o que é…
qualquer coisa, decerto…
mas não sei o que é…
nem melancólico, nem alegre…
apenas coisa amorfa, sem dimensão…
um abismo entre mim e o resto…
ou entre mim e mim própria…
e em que não me incito tão somente a
Ser…
e não sou ar nem sou terra,
nem sou mar, nem sou verde!
lembro sempre David quando escrevo “e por vezes”!
Ana
Souto deMatos
Dois Universos
uma
tela deMatos
(colecção
particular - Coimbra)
Um abismo ...
ResponderEliminar... entre mim e mim própria !!
assim o sinto, por vezes
ResponderEliminarbeijo, grata Manuela