domingo, 31 de janeiro de 2016

domingo, 24 de janeiro de 2016

SILÊNCIO (2)

Numa cadência ao compasso dos dias, as palavras silenciaram-se… 
...primeiro as mais impetuosas, depois as mais expressivas, por fim e até as mais banais.

Não acabaram as suas vontades de-ser-mais-além, não esgotaram os seus conteúdos, não se invalidaram as suas verdades… apenas e, tão somente, se emudeceram.

A escuridão não cobriu os dias, nem a falta de esperança, nem sequer o desejo de observar o mundo…

Apenas se silenciaram as palavras, deixando de ser ufanas de intenções vaidosas, de desejo de compreensão na íntegra…

Perderam vontade de entendimento alheio, fecharam-se em si próprias e na sua própria compreensão, aumentando-se de sentidos interiores, imbuíndo-se de significados nas sinuosidades das letras, acalmando impulsos e ímpetos de ser ouvidas a todo e qualquer custo.


Calaram-se as palavras...
e, num acto de simplicidade extrema, cerraram-se num ócio tranquilo de quem regressa ao colo uterino e deseja voltar a ser 
semente para mais tarde –talvez mais tarde- voltar a nascer.




SILÊNCIO (1)

Há muito, no tempo, que TE sonho real.

TE oculto no SILÊNCIO das minhas profusas palavras

Em espirais de desejos que, de tão óbvios, se tornam ininteligíveis.

Não existes para os demais, apenas –eu!- TE exalto e TE anseio

E TE expresso em todas as minhas imagens e em todas as minhas letras.


Autoria e Agradecimento

Todos os textos e imagens são de autoria de Ana Souto de Matos.

Todos os direitos estão reservados.

São excepção as fotografias do Feto Real e do Cardo que foram cedidas pelo João Viola e 2 imagens captadas na Net sem identificação de autor.