linhas precisas
ramos tortuosos
luz e sombra
linhas precisas
ramos tortuosos
luz e sombra
«Tomei a decisão de te amar a vida inteira. Uma certeza quase inabalável que encerra todas as janelas para que não entre luz ou pó, brisa ou chuva que desvaneça ou arranque as imagens que se formaram raiz.
Sim, tomei essa decisão. Não foi de agora. A minha alma escolheu-te há muito tempo, um tempo quase eternizado, que persiste num Inverno gélido demasiado longo ou num Inferno tão insuportável de ardente. Não sei qual a imagem mais expressiva, contudo permanece verdade dos dias.
Tomei a decisão de te amar a vida inteira. Confrontam-me: ‘assim, estarás sempre só’, como se essa sensação de solidão fosse em si e por si algo extraordinariamente estranho, incompreensível, infeliz. Lamento informar: ‘não é!’. Gosto desta solidão, comigo e com a imagem que guardei de ti. Nesse espaço, a nossa história é imperfeita como devem ser todas as histórias, mas intensa e completa como devem ser todos os sentimentos partilhados. Algumas vezes sol radiante, outras o mais breu de escuridão.
Tomei a decisão de te amar a vida inteira. Nessa decisão, uma outra! a de não gastar e desgastar os meus sentimentos numa busca incessante de um qualquer alguém que apenas preencha vagamente os sentidos, sobretudo aqueles mais resguardados cá-dentro.
Tomei a decisão de te amar a vida inteira. De te querer no mais recôndito do meu cérebro, naquele confim entre o sonho e o pesadelo em que começam e terminam as noites, os dias e o que fica entre o antes e o depois do arrazoado quotidiano da vida. De te resguardar no mais precioso que há em mim que é o ‘aquilo’ que não se sabe definir e que, simplesmente, É! Existe! Está! tudo formatos do mesmo sentido e com o mesmo significado.
Tomei a decisão de te amar a vida inteira e, a intensidade dos sentimentos revolve-se e revolta-se num plasma cá-dentro e, é esse ardor que te alimenta em mim.
Sim, tomei a decisão de te amar a vida inteira!»
Texto: ASM em 'qualquer-coisa-de-quê!
Foto: ASM