quando cheguei, o que me impressionou foi o cheiro...
depois de 10 horas a respirar o ar pressurizado do grande pássaro, a intensidade da terra molhada de chuva a entrar-me pelo nariz, pelos poros...
o cheiro mais profundo das minhas raízes, presas naquele chão molhado...
o cheiro de África...
um odor quente a envolver-me sem me sufocar
a fazer-me sentir que trinta e alguns anos depois aquela ainda era minha terra, para além de uma mera e quase etérea evocação no meu bilhete de identidade...
da varanda do meu quarto debruçada sobre a Sé, por longos e eternos minutos contemplei a minha cidade...
tantas décadas à procura do que sou, de quem sou... e ali, naquele momento, a certeza de pertença ao espaço e ao tempo.
Cá estão os sentires intimamente ligados aos sentidos...
ResponderEliminarQuão boa deve ser a sensação de pertencer a um local, de se saber quem é...
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