É pelo cheiro que as catalogamos no íntimo arquivo dos desejos.
A que cheira uma mulher? – perguntou-me um dia a Diana.
Uma rosa cheira a rosa. Um cravo cheira a cravo. Não sei a que cheira uma orquídea. Mas sei que todas as orquídeas cheiram igual, respondi.
Já as mulheres, nenhuma repete o cheiro. As que nos refrescam têm cheiro de rio, as que nos enchem têm cheiro de mar. Todas as mulheres têm um cheiro húmido. Como a boca. Como o sexo.
Só gostamos de uma mulher quando gostamos do seu cheiro. Quando tudo nos leva a bebe-la, como um chá quente, excitante, aromático. Se não gostarmos do seu cheiro não conseguimos ama-la, nem na pele nem na alma.
Podemos ser amigos, companheiros, nunca amantes.
Amar é beber um cheiro.
É transporta-lo para dentro de nós. Amamos uma mulher quando cheiramos ao seu cheiro.
.......palavras de João Morgado
........fotografia ASM - recorte de obra da
Colecção Berardo exposta no CCB
........melodia de Pedro Barroso
Obrigado pela atenção e pelo destaque dado às minhas palavras. Obrigado!!!
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