pisámos um risco
qualquer,
qualquer,
subtil, ténue, despercebido
um risco imaginário
da fronteira da nossa
escuridão interior
e, agora...
e agora que saboreámos
o avesso de nós próprios
o avesso de nós próprios
e provámos o sabor
de cada um no outro
fomos marcados com
esse sabor de saliva e plasma
e agora que nos perdemos
(e nos encontrámos)
um no outro
sem retrocesso,
um qualquer retorno, solução,
ou desvanecimento
o escuro envolveu-nos
e tomou-nos como seus
e, agora...
e agora que nos perdemos
(e nos encontrámos)
um no outro
sem retrocesso,
um qualquer retorno, solução,
ou desvanecimento
o escuro envolveu-nos
e tomou-nos como seus
e arrebatou-nos
enlaçou-nos
um escuro quente
fluído
num calor de breu
e seiva que
acalenta
alvoroça
assombra
entontece
instiga
alivia
engrandece
sacia
e, agora...
e agora que nos perdemos
dentro um do outro e que
dentro um do outro e que
ultrapassámos um
limite qualquer
subtil, ténue, despercebido e
sem retrocesso possível
encontramo-nos
enfim!
em nós
e, bem cá dentro dos
nossos seres
resguardados na
mais profunda escuridão
mais profunda escuridão
sentimos
e somos
LUZ
inspirações em torno da
tela: O Corpo
tela: O Corpo
deMatoscolecção particular
E agora que nos perdemos, só nos resta reencontrarmo-nos!
ResponderEliminarLindo, Ana!